23 de dec. de 2010

Linguas indíxenas, vehiculares en Bolivia (nova tirada do Portal Galego da Lingua)


Nova lei da educação estabelece que as línguas indígenas serão veiculares na Bolívia
Nas populações onde o quíchua, o aimará ou o guarani forem predominantes, a educação passará a fazer-se naquela língua, em vez do castelhano · A lei estabelece a obrigatoriedade do ensino até o bacharelato e não só até primária · A igreja católica opõe-se frontalmente porque estabelece a laicidade da educação

Quarta, 22 Dezembro 2010 00:00

Evo Morales e a lei "Avelino Siñani-Elizardo Pérez"
- O governo da Bolívia, presidido por Evo Morales, aprovou nesta passada segunda-feira a nova lei da educação, denominada "Avelino Siñani-Elizardo Pérez", que estabelece que "a língua predominante será a que irá ser usada nas aulas".

Assim, nas populações onde a "língua originária" se falar de maneira predominante, a educação será naquela língua, em vez de se fazer em castelhano, como até agora.

A lei -que estabelece a obrigatoriedade do ensino até o bacharelato e não só até primária, como até agora- também tem em conta as línguas em perigo de extinção, afirmando que "serão implementadas políticas linguísticas de recuperação e desenvolvimento com participação direta dos falantes destas línguas, motivo pelo qual serão desenhadas estratégias pedagógicas e linguísticas específicas para a cada região ou comunidade".

Quanto ao ensino de idiomas estrangeiros, a nova lei estabelece que serão ensinados "desde os primeiros níveis de escolaridade de maneira gradual", conquanto não especifica qual ou quais serão estes idiomas.

Conscientemente, a lei denomina-se "Avelino Siñani-Elizardo Pérez" em honra aos dois mestres pioneiros na educação para indígenas a princípios do século XX, que experimentaram um tipo de educação intercultural que promovia o conhecimento e os direitos dos povos indígenas desde uma perspetiva libertadora.

Educação "libertadora"

Morales afirmou que a lei pretende "descolonizar" Bolívia, fomentando o "patriotismo" nas aulas para serem os alunos os que defendam "os interesses nacionais face as imposições estrangeiras". De fato, o novo texto derroga a conhecida como Lei 1565 de Reforma Educativa, imposta precisamente pelo Banco Mundial no ano 1994. "A nova lei foi construída pelos bolivianos e não por consultores do Banco Mundial ou do Fundo Monetário Internacional, como passava faz uns anos. A educação boliviana já não será alienada, submetida e subordinada, senão que será revolucionária e libertadora", enfatizou Morales.

Apesar de ter sido elaborado de maneira participativa, implicando tanto educadores como famílias, especialistas e autoridades, para que fosse o mais consensuada possível, a lei agora aprovada conta com a oposição frontal da igreja católica e das escolas confessionais, porque propõe uma formação laica e não confessional, conquanto garante "a liberdade de consciência e de fé, e do ensino da religião."

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